Objetivo: Examinar as características
clínicas, o padrão de desmame e o
desfecho de pacientes que necessitaram
de ventilação mecânica por tempo prolongado
em uma unidade de terapia intensiva
em um país com recursos financeiros
limitados.
Métodos: Estudo prospectivo observacional
em centro único, realizado na
Índia, no qual todos os pacientes adultos
que necessitaram de ventilação mecânica
prolongada foram acompanhados quanto
a duração e padrão do desmame, e à
sobrevivência, tanto por ocasião da alta
da unidade de terapia intensiva quanto
após 12 meses. A definição de ventila-
ção mecânica prolongada adotada foi a
do consenso da National Association for
Medical Direction of Respiratory Care.
Resultados: Durante o período de 1
ano, 49 pacientes com média de idade de
49,7 anos receberam ventilação mecânica
prolongada; 63% deles eram do sexo
masculino e 84% tinham uma enfermidade
de natureza clínica. As medianas
dos escores APACHE II e SOFA quando da admissão foram, respectivamente, 17
e 9. O tempo mediano de ventilação foi
37 dias. A razão mais comum para início
da ventilação foi insuficiência respirató-
ria secundária à sepse (67%). O desmame
foi iniciado em 39 (79,5%) pacientes,
com sucesso em 34 deles (87%). A
duração mediana do desmame foi de 14
(9,5 - 19) dias, e o tempo mediano de
permanência na unidade de terapia intensiva
foi 39 (32 - 58,5) dias. A duração
do suporte com vasopressores e a necessidade
de hemodiálise foram preditores
independentes significantes de insucesso
no desmame. No acompanhamento
após 12 meses, 65% dos pacientes
sobreviveram.
Conclusão: Mais de um quarto dos
pacientes com ventilação invasiva na
unidade de terapia intensiva necessitaram
de ventilação mecânica prolongada.
Os desmames foram bem-sucedido em
dois terços dos pacientes, e a maioria
deles sobreviveu até o acompanhamento
após 12 meses.
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